22/04/2024
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Olimpíadas de Português
Que tal falarmos sobre as olimpíadas... de conhecimento?
Habilidades intelectuais que viraram esporte.
Neste ano, acontecerá em Paris o maior evento multiesportivo do mundo: os Jogos Olímpicos de Verão, com a participação estimada de mais de 10.000 atletas, de 206 países. Lá, estarão reunidos os melhores entre os melhores de cada modalidade esportiva integrante do programa olímpico. Impossível não se interessar!
Sabe-se que a versão moderna das Olimpíadas, organizada pelo Comitê Olímpico Internacional desde 1896, evoca o espírito grego antigo de valorização da beleza e da destreza física. Todavia, na Grécia Antiga, não apenas as habilidades corpóreas eram enaltecidas por meio das disputas olímpicas: havia também competições artísticas e intelectuais.
Entre elas, pode-se destacar uma competição que reservava espaço a poetas e cantores: os Jogos Píticos, com início no século VI antes de Cristo e realizados a cada quatro anos. Na mesma época, havia também os Jogos Ístmicos, com provas musicais e literárias. Além disso, era muito comum entre os gregos a realização de disputas retóricas em teatros, mas também de contendas dialéticas e filosóficas em praças públicas ou no entorno das cidades.
Tanto os esportes de habilidade física quanto os de destreza artística e intelectual eram muito valorizados na antiguidade clássica, pois vivia-se em um tempo em que não havia separação absoluta entre corpo e mente — a saúde de um era a saúde do outro. Pode-se ver isso, por exemplo, em Platão, um importantíssimo filósofo grego: em sua obra “A República”, ele diz que tanto as doenças da mente podem prejudicar o corpo, quanto as doenças do corpo podem adoentar a mente. Assim, a forma de manter ambos saudáveis, segundo o filósofo, é exercitando um e outro: o corpo, com a ginástica física; e a mente, com os exercícios de pensamento.
Atualmente, as olimpíadas de conhecimento não são tão famosas e prestigiadas quanto as de esportes físicos, mas elas existem e vêm encontrando um número crescente de praticantes e admiradores, principalmente entre estudantes. Felizmente, o Brasil tem se destacado nos esportes do intelecto, ocupando posições importantes em olimpíadas internacionais. Para citar apenas dois exemplos, ambos de 2023: na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), realizada no Japão, o Brasil conseguiu 1 medalha de ouro, 2 de prata e 3 de bronze, ficando em 16º no ranking geral; já na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA), que aconteceu na Polônia, o Brasil conquistou 2 ouros e 2 pratas — aliás, nosso país será sede da IOAA neste ano.
Esses bons resultados refletem o crescente interesse de alunos e escolas do Brasil pelas competições de destreza intelectual: todo ano, milhões de estudantes de várias idades participam de provas e jogos para testar seus conhecimentos de uma maneira bem diferente da que estão acostumados nas avaliações comuns da escola. A maioria das olimpíadas ainda é voltada para a área de exatas, como matemática, química e física, mas outras têm ganhado força e relevância nos últimos anos, como as olimpíadas de história e de língua portuguesa.
E como fazer para participar de uma olimpíada de conhecimento? Para as olimpíadas internacionais, há um caminho a ser percorrido: é necessário primeiro que o aluno se classifique entre os primeiros em determinadas olimpíadas nacionais. Agora, para participar das olimpíadas nacionais, é mais simples: basta que a escola faça a inscrição ou, em alguns casos, que o próprio aluno a realize diretamente.
Ficou interessado? Esperamos você e sua escola na Olimpíada de Português!